August 30, 2010

Medi cú.

Resolvi voltar a malhar. Mentira. Não resolvi nada, resolveram por mim com argumentos convincentes: quem vai casar no Caribe, na saradeira precisa estar. Válido!


Foram 2 meses para achar uma academia que preenchesse todos os meus pré requisitos: preço, localidade e boa aparência. Tem uma aqui perto de casa que custa o precinho justo de R$105,00 mensais. Só o preço é justo, o cheiro é injusto para qualquer nariz que se preze a passar na porta. Eca! Já a outra que cobra R$199,00 reais mensais e é linda de morrer, cheia de aparelhos novinhos que malham por si só, tem um único problema - é muito perto de casa, e entre a minha cama e aquele colchãozinho cretino de fazer abdominal.... sem chance: God save the Queen - size e seus travesseiros. Enfim: optei pela academia de preço intermediário que fica ao lado do trabalho e não tem chance de fugir. Afinal as opções são: esperar o trânsito da Marginal Pinheiros passar caminhando na esteira ou se abraçar nele. 


Fui fazer a matrícula com a taxa gentilmente isentada e já gostei! De repente vira-se a mocinha e diz "ah mas só pode começar depois que trouxer o atestado. Você pode estar trazendo no dia que for começar a malhar". Doeu no seu ouvido? No meu doeu MUITO. E outra... Tem que complicar... Isso adia meu sonho da barriga tanquinho em mais 5 dias. Marcar médico, coincide com a agenda do trabalho e blablabla. Marcado: Cardiologista, segunda-feira 30 de agosto, 17h00.


16h59 lá estava eu sentadinha na sala de espera, esperando a minha vez de pegar o tal papel que dizia que eu posso sim me arrebentar de malhar. Como se já não bastasse eu me convencer disso, ainda tenho que provar, preto no branco. Humpf.


17h10 em ponto e a fofa da recepção passa uma ligação pro Dotô. Ouço a voz dele, voz de gente de idade e um tom sem paciência, acrescido ao sotaque hispânico muito pesado.


17h20 e eu ainda divagando sobre o quão doloroso seria acordar mais cedo no outro dia pro meu encontro fatídico com a esteira e nada do homem me atender. Não acho fino médico que atrasa. Ainda mais quando não tem ninguém no consultório além de mim e da recepcionista, secretária, ou sei lá o que que não levanta o rabo da cadeira pra acelerar o médico.


17h45 e nada! Oh mocinha, você pode verificar se o Dr pode me atender? Eu to com o horário meio apertado. "ah ele já vai te atender..." Já? Eu queria entender quem foi que estabeleceu essa linha tênue entre o Já e o AINDA. 


Entrei na sala e já pensei, "acho que vou voltar de costas e assim ele vai pensar que eu nunca estive aqui". Não deu tempo... "SENTE-SE". Tá bom, tá bom, sentei, não briga não tio. "Pois não?" Expliquei o motivo da minha ilustre visita ao consultório, ele fez 3 perguntas e me pediu pra sentar na maca pra fazer exames. Obedeci, boa menina que sou.


Terminou e nem me falou nada, já sentou na mesa dele e desandou a escrever uma bíblia. Me entregou um calhamaço de folhas e disse "faça esses exames". Esse é aquele momento da vida em que você humildemente cala a porra da boca e obedece, agradece, levanta e sai da sala sorrindo. Mas não, eu tinha que perguntar por que... 


"Minha filha, quando a senhora entra num consultório porque precisa de alguma coisa, tem que aceitar o que o médico, autoridade máxima do consultório estabelece. Eu sou a autoridade desse consultório, quem manda aqui sou eu." Capitão Nascimento surgiu na minha frente em versão enlatada mexicana. 


"A senhora entra aqui e acha que vai solicitar o que bem quer, mas quem manda aqui sou eu. Eu estou te fazendo um favor [chacoalhando os pedidos de exame no ar] em pedir esses exames, porque se acontecer alguma coisa com a senhora eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeu serei o responsável" Começa um tango de fundo........... e repete o parágrafo acima 5 vezes feito um refrão.


Respirei fundo e o interrompi dizendo, prometendo, jurando que eu ia fazer tudo, tudinho em um ato desesperado para ver se ele parava de falar. Ele parou. Esse é o segundo momento que Deus te dá de novamente sair de uma situação delicada, mas...


"Até quando esse formulário é válido, porque eu vou viajar e ficar um mês fora, tem problema?" A FDP da recepcionista nem pra vir me socorrer, ou alguém me acordar desse pesadelo. O homem começou a gritar "Irresponsáááááável!!!!!! Por que não disse antes??? Este formulário é valido por triiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiinta dias. Mas agora de nada já não vale." M-E-D-O.


Meu ímpeto era de me jogar no chão como um soldado em fogo cruzado e sair da sala me arrastando. Depois me subiu uma ira e me imaginei picando todas as guias de exame e fazendo chuvinha de papel na cabeça dele, só pra ver se o cara infartava. 


Quando ele finalmente puxou fôlego novamente para dizer "Eu estou te fazendo um favooooooor" pela 29° vez eu me agarrei nas guias de exame e disse em voz alta "Então não faça!!!!!!!!!!!!!!"  e saí da sala. "Mocinha, eu ainda não te dispensei, volte aqui". Saí foragida! Quase que correndo da Silva.


Oi? Alor? Isso tá mesmo acontecendo comigo???? No hall do elevador e ainda ouvindo os berros do Dotô, eu pensava.. Esse negócio de fazer exercício pode ser prejudicial a minha saúde Mental!


De repente o elevador fez "plim" na minha frente, a porta abriu e a luz iluminou as guias de exame nas minhas mãos. Foi então que eu vi, o sobrenome do médico era: MALUF.





Back to the middle

Voltei. Update para mais explicações: later!

April 27, 2008

mudando conceitos

depois de alguns dias de molho, finalmente saio pra ver a luz do dia e dirigir um pouco pela cidade com meu pacotinho de bolachas cream cracker e minha garrafinha de água(hmmm que delicia - isso foi uma ironia, enfim é a única coisa que eu posso comer). To parada no sinal vermelho num cruzamento e vem um senhor de muletas pedir esmola. Eu NUNCA dou dinheiro... até porque nunca tenho mesmo, mas enfim, disse que so tinha as bolachinhas e a ultima estava na minha mão com a pontinha mordida, daí eu disse "o senhor aceita?" e ele responde "não, você já colocou a boca!!!!" com cara de nojinho... !?!

April 23, 2008

arrepiamos!

Um colaborador voluntário deixou um comentário muito poético e vale a pena publicar:

A Deus Benguela

autor: Carlos

A Deus, a Deus Benguela!
Mal de ti jamais direi
Da o mundo muita volta
Näo sei se cá tornarei

Ja cá estou na Europa
Näo me sinto aqui feliz
Muita gente á minha volta
Mas ninguém me fáz feliz
Que saudades täo sentidas,
Me custou, esse adeus
Que te dei à despedida
Fintando os olhos nos teus

Sou homem que quer chorar
E me sinto envergonhado
Choro e canto
Cancöes tuas tropicais
tudo isso è um incanto

Ajoelhei junto à praia
E posto aos pés de Benguela
Ela è um incanto
Fui pedir-lhe o seu amor…
Benguela suavamente sorria…

Benguela dá-me um beijo,
ai, näo me digas que näo
dá-me um só para traze-lo
gravado no coracäo

Bamza Pombo

April 21, 2008

dirty & nasty

Logo que cheguei aqui ficava horrorizada com o estilo de vida dos homens angolanos. Depois fiquei abismada sabendo que a mulherada não fica atrás. agora estou boquiaberta, estupefata, besta, bege e passada porque cheguei a conclusão de que a maior parte das pessoas quando chegam em Angola perdem a vegonha na cara por completo!
Certo dia eu estava no carro com o antigo motorista, o Fred, e ofereci a ele um par de ingressos para um show que a empresa para a qual trabalha estava patrocinando. Ele obviamente aceitou. E eu estupidamente perguntei "e aí fred vai levar a esposa né?". Ele coça a cabeça pensa 2 segundo e diz "ainda não sei, porque é na sexta feira. Acho que vou levar a pequena. Mas se bem que também posso ir com a princesa. Vou ver..." Contextualizando: princesa é a esposa e pequena é a namorada. Daí ele descamba a contar que a princesa sabe da pequena e que a pequena tá grávida mas ele não sabe se o filho é dele, vai ver quando nascer. E eu estupidamente (mais uma vez), pergunto "Nossa Fred que moderno, vai fazer exame de DNA" resposta: "é o que? Não precisa fazer exame não, é só olhar as orelhas, os dedos, o nariz " (?!?). Promiscuidade. oi? A coisa aqui tá feia. Todo mundo pega todo mundo. Todos os dias vejo centanas de mulheres grávidas pelas ruas de Luanda. Aids? Preservativo? oooooi???
Expatriados então.... M-E-D-O. Veem essa zona generalizada e entram na dança das cadeiras. Todos os finais de semana dá pra conhecer pelo menos uns 5 ou 6 que se dizem solteiros mas quando tiram a mão esquerda do bolso, a marca de sol deixada pela aliança, ofusca. Eu já cheguei a conclusão que só pode ser a comida e a água daqui. Por esses e outros motivos que eu só como salada e escovo os dentes com água mineral.

dica freak

Finalzinho de semana gostoso, com sol, festa, amigos e comida boa!Quem disse que Luanda não tem vida noturna ou gente interessante vai queimar na fogueira! Santa inquisição Batman! A balada forte aqui começa na quinta, no Palos. Noite Latina. Quer se jogar na rebolación? Vá pra lá. Pontos fortes: lugar pequeno que facilita vc conhecer as pessoas facilmente, bebida boa e preço razoável, show de dançarinas cubanas (pra mim elas são angolanas, mas eu finjo que acredito). Pontos fracos: o show das cubangolanas cansa um pouco. Quando calha de quinta-feira ser véspera de feriado, o lugar fica insuportável. A música? Salsa, Merengue, Kizomba, Tarrachinha e um pouco de House com batidas latinas. Resumindo, na sexta meu pé e um sapato cheio de carne moída são a mesma coisa. Prepare a sua dose de Red Bull para a manhã seguinte se você tem que trabalhar, pois é I-M-P-O-S-S-I-V-E-L sair de lá antes das 3h30 da madruga.

Sexta-feira o agito acontece e se divide em dois lugares: pra quem gosta de um sonzinho eletrônico fino com muito House, electro e minimal, vá ao Chill Out. Pra quem gosta de variedade, a pedida é o Bay In. (dar endereços é impossível uma vez que isso aqui ainda não existe, mas se ajuda alguma coisa os dois se encontram na Ilha de Luanda).

Sábado tem a dobradinha. O lugar se repete mas as histórias que rendem, jamais! A noite começa no Bay In ou Chill Out, mas obrigatoriamente acaba no Palos e regada a muita Tequila.

Domingo é dia de encontrar os amigos na praia, almoçar olhando o mar e fechar o dia tomando um drink e vendo o Sol se pôr na Ilha de Luanda. Sendo assim, a praia se divide em setores. Em frente ao Caribe, é pra pessoas mais velhas. Em frente ao Chines a galerinha descolada que só estende a tolha na areia e se esparrama da forma que der. E por último o São Jorge, lugar perfeito pra quer ver e ser visto. Almoço pra mim, tem que ser no Caribe. Não abro mão da minha salada de camarão que vem dentro de um abacaxi. Pra acompanhar, meu drink preferido: Mojito.

Depois de comer é se jogar em um dos sofás de frente para a praia e conversar enquanto o Sol se perde no horizonte.

April 18, 2008

afreakana nas alturas



"Serra da Leba. Uma das grandes maravilhas do Planalto da Huíla no Lubango. Famosa pela sua altura e sua arquitectura natural, a Serra da Leba destaca-se também pela rodovia que nela se encontra formando uma serpente. "

Descontando o enjôo após as curvinhas, a vista quando se chega ao ponto mais alto é deslumbrante. Às 6h da manhã eu não sou a mais animada do mundo para tirar fotos, mas até que saíram umas interessantes.

Saímos de Namibe em direção a Lubango logo que o sol nasceu. Kizomba tocando no rádio e um dia que prometia ser ensolarado. Sol na serra? só se for em Marte. Ilusão a minha.... TUDO NUBLADÃO. Queremos sol?

São 2 horas de viagem que passam muito rápido. A paisagem por mais que seja muita areia é bem bonita. De repente mato mato mato!!! montanha montanha montanha e cuuuuuuuuuuurva. E eu naquele misto de sono e enjôo. Mas valeu, cada minutinho.

Chegando no aeroporto do Lubango foi a melhor parte. Eu sentadinha na sala de embarque, com o Laptop no colo, acessando a internet pelo meu MoviNet (merchandising, plim plim) e uma senhora toda vestida a carater africana MESMO, do meu lado com uma galinha no colo e CONVERSANDO com ela. Salve Gonzo e sua galinha Priscilla. E eu só pensando, "ai meu Deus, eu que já tenho pavor de criança chorando em avião, agora tenho uma galinha pra cacarejar do meu lado!" Enfim, bizarrices locais.

PS: a galinha sobreviveu ao vôo e foi quietinha! Sem nenhum piu! ahahah piada infame.